domingo, 4 de setembro de 2016

RESENHA: As cores do entardecer


Título: As cores do entardecer
Autor: Julie Kibler
Editora Novo Conceito
Páginas: 352
Ano: 2015

Confira a sinopse no site do Skoob

Olá, pessoas. As cores do entardecer. Anotem esse nome. O livro é muuuuito bom. Esse exemplar eu ganhei da minha parceira do blog, Fabiana. A história é simplesmente linda. Começou bem pacata, sorrateira, e paulatinamente foi ganhando vida e me conquistando. É um livro que não dá vontade de parar de ler, que te arranca muitas emoções, fazendo refletir sobre a vida e te deixando com um gostinho de quero mais quando se chega à última página. Valeu a pena!

Porém, nunca fui de ficar perguntando muito – a beleza da coisa pode vir daí mesmo. Eu já tinha aprendido que as pessoas falam quando estão prontas. Com o passar dos anos, ela se tornou muito mais do que apenas uma cliente. Ela era boa comigo. Eu nunca cheguei a admitir isso às claras, mas ela era mais do que uma mãe para mim do que a que Deus me deu.

A obra começa com Miss Isabelle, uma senhora de 90 anos, branca, em um salão de beleza. Dorrie, cabelereira, negra, será quem cuidará do cabelo de Miss Isabelle hoje. De início, existe uma certa resistência por parte da idosa. No entanto, com o passar dos dias, elas se tornam grandes amigas.

– Você? Na faculdade? – rindo, não com grosseria, mas seu escárnio respingou em mim. – A única educação de que precisa para ser uma boa esposa e mãe você receberá aqui mesmo, debaixo do próprio teto.

Eis que Miss Isabelle fica sabendo de um velório, do qual precisa ir, mas não é em sua cidade, nem mesmo no seu estado. Aos 90 anos já não tem condições de dirigir tão longe. Então vem a proposta que servirá de base para contar a história do livro. Miss Isabelle convida Dorrie para levá-la ao velório.


Intercalando dias atuais com os anos durante a II Guerra Mundial, Isabelle conta sua história desde seus 16 anos, quando se apaixonou pela primeira vez. Um amor arrebatador, que foi contra todos os princípios da sua cidade. Ela, uma menina de uma bem conceituada família, se apaixonou por um negro, pobre, em uma cidade extremamente racista.

Senti por ela. Por mais que minha mãe jovem e ignorante demais tivesse errado – e me deixasse maluca com sua dependência atual –, eu nunca, jamais, questionei seu amor. Eu sempre soube que, mesmo de um jeito estranho, inconstante, impulsivo e ridículo, ela me amava.

Dorrie, que é negra, ouve e se emociona com cada detalhe que ouve e, aos poucos, ficamos sabendo de situações que ela também sofreu, às vezes ainda sofre, por conta do racismo e do preconceito. Com isso, nos envolvemos não só com a grande história de Miss Isabelle, mas também com a de Dorrie, que mesmo no século XXI ainda sofre com atitudes hostis.

– Isa! –ele gritou enfim. – Eu estou aqui porque precisava vê-la. Eu ainda amo você. Cada dia, cada minuto, eu amo você.
Olhei para a porta de tela, ouvindo suas palavras, o som do nome que me deu. Balancei a cabeça de um lado para outro. Ele não estava ali por mim. Ele ia embora tão depressa quanto apareceu. Mesmo que ainda me amasse.


Não tem como detalhar mais a obra sem spoilers, mas com certeza é um livro que merecia ser vendido em kit (um livro e dois pacotinhos de lenços). A edição é de muita qualidade, papel amarelo, páginas grossas, bem escrito, capítulos no tamanho ideal. A capa não me cativou, tanto que que li por várias indicações positivas. Mais uma vez o produto surpreendeu. Minha nota: 9,6. Recomendo.


2 comentários:

  1. Lindo, já achei lindo sem ler, deve ser bem triste, com muito sofrimento passado por Isa e Dorrie e muito real, pois até os dias de hoje é muito grande o preconceito.

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  2. Lindo, já achei lindo sem ler, deve ser bem triste, com muito sofrimento passado por Isa e Dorrie e muito real, pois até os dias de hoje é muito grande o preconceito.

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