domingo, 28 de agosto de 2016

RESENHA: Artistas liberais


Título: Artistas Liberais
Autores: Thamires Rusafa e Matheus Peleteiro
Editora: Dalle Piagge
Ano: 2016
Páginas: 172

Confira a sinopse do livro no site do Skoob

Quem não conhece aquelas famosas antologias com temas específicos, em que vários autores se juntam para publicar um livro comum? Na maioria das vezes, basta pagar para ter seu texto publicado em tais obras, sem muita seleção de valor ou qualidade.

Bom, por sorte, este não é o caso da antologia Artistas liberais! Com contos sobre arte e artistas, e autores muito bem selecionados pelos organizadores Paulo Cantuária e Felipe Sali (escritor de grande sucesso no Wattpad), a obra da editora Dalle Piagge é capaz de surpreender os leitores a cada nova história.

Diversos autores foram convidados para responder à pergunta:
O que é arte e o que faz o artista ser uma figura tão interessante?
A obra traz contos sobre escritores, escultores, pintores, músicos e qualquer outra atividade que tente expressar os seus sentimentos. Um livro onde artistas falam sobre artistas.

E o que senti, como leitor? Bom, quanto aos textos, fica difícil apontar algum que não tenha me surpreendido. Autores de grande talento, com contos incríveis e emocionantes, que certamente merecem estar nessa antologia!
Quando ao livro físico, confesso que não gostei muito da capa, que poderia ser melhor trabalhada. (Fica a dica, editora!) Também percebi algumas falhas na revisão ortográfica, que merecia mais cuidado, por se tratar de textos de qualidade.

No mais, a editoração está bem bacana, e o início de cada conto traz em letras maiores o nome do autor e seu trabalho. Ponto para editora! Posso garantir que cada leitor vai ser a obra ao seu modo, e será tocado de certa forma por algum dos textos.

De todos os contos, me senti preenchido por dois contos do livro em especial: Samaris, do Felipe Sali, e Objetivistas, da Leticia Helena Prochnow. Leiam e tirem suas próprias conclusões sobre o talento e a criatividade destes autores!

Recomendo a leitura, não só destes textos, mas de toda a antologia, para quem curte contos, e arte como um todo! Ah, também achei bacanas as orelhas do livro, com a relação dos contos e autores do livro. E no final da obra, você pode conhecer outros títulos da editora Dalle Piagge!

Por Ricardo Brandes / Escritor


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

CINEMA: Ben-Hur


O cinema de qualidade é feito de filmes, atores e cenas em devida ordem, e esse conjunto complexo e mágico muitas vezes se completa de tal forma que, de tempos em tempos, surgem os clássicos que marcam gerações.
Talvez seja o caso de Ben-Hur, de 1959, que marcou gerações e encantou público e crítica. Para quem não assistiu o original, talvez ao menos já tenha ouvido falar do clássico: um dos maiores filmes da história do cinema, vencedor de 11 Oscars nos anos 50. O famoso arrasa quarteirão de 1959.
E talvez você também tenha ouvido falar de Rodrigo Santoro no papel de Jesus, na nova versão lançada recentemente nos cinemas. A propósito, as atuações do ator brasileiro no cinema internacional estão impressionando público e crítica. E no clássico Ben-Hur, agora repaginado, não seria diferente...
Rodrigo Santoro dá vida a um Jesus diferente, mais humano e pacífico, com uma mensagem de fé e amor que extrapola a questão religiosa. Ponto para o novo filme! Sua atuação, por si só, encanta e já merece respeito do público.
E como demonstra o pôster oficial do filme, a já famosa cena da corrida de quadrigas de cavalos de Ben-Hur volta agora em uma versão modernizada em 3D, com muito mais ação e realismo que seu antecessor. Outro ponto positivo da nova versão!
Mas deixando de lado as comparações, a nova versão de Ben-Hur não vem com o intuito de competir com seu antecessor, mas, sim, dar novos ares para o clássico filme de 1959.
Trazendo uma mensagem de amor e esperança contra o ódio e a guerra, que só geram mais violência e problemas sociais, o novo Ben-Hur traz um elenco competente de atores, com Rodrigo Santoro no papel de Jesus; Morgan Freeman como Ildarin; Pilou Asbæk como Pôncio Pilatos, em uma versão nunca vista nos cinemas; a bela Nazanin Boniadi como Esther; Toby Kebbell como o antagonista Messala e Jack Huston No papel principal do protagonista Judah Ben-Hur. Outro ponto para o elenco!
Sem a gigantesca duração de seu antecessor, a nova versão do filme é mais econômica com o espectador, e resume todo o enredo em pouco mais de duas horas de filme com muita ação, surpresas e grandes reviravoltas épicas. Algumas cenas de batalhas em campo deixam um pouco a desejar, mas compensam no realismo de outras cenas de muita ação no mar e nas corridas de quadrigas.

Mesmo com todas as suas qualidades, alguns pontos deixam a desejar: a questão do 3D não influi tanto no resultado final, salvo por 3 ou 4 cenas com um leve toque 3D, podendo ser visto em 2D sem grandes diferenças.
Por fim, o novo Ben-Hur é um filme família, que merece ser admirado, muito pela atuação magistral de Rodrigo Santoro como Jesus, tanto por sua mensagem de fé e esperança, sem ser religiosamente piegas, como muitos filmes similares.
Ben-Hur certamente vale o ingresso, em 2D. Recomendo que assistam com olhos e coração abertos para a principal mensagem do filme: da não violência, do perdão e da fé acima de tudo, com toques de romance e aventura épica.

sábado, 20 de agosto de 2016

RESENHA: No seu olhar


Título: No seu olhar
Autor: Nicholas Sparks
Editora Arqueiro
Ano: 2016
Páginas: 432

Confira a sinopse do livro no site do Skoob

– Somos amigas, e se eu aprendi uma coisa nessa profissão é que o trabalho é muito mais agradável quando a gente gosta das pessoas com quem passa os dias.

Olá, pessoas! Como andam as leituras? As minhas estão a cada dia mais interessantes. Hoje vou compartilhar com vocês um livro que me trouxe reflexão, lazer e ótimos momentos na companhia de Maria e Colin. No seu olhar, mais um livro de Nicholas Sparks, é uma obra que me surpreendeu pelo crescimento na escrita do autor. Recentemente li Diário de uma paixão, um dos primeiros livros de Nicholas, e pude ver o contraste da escrota.

– Como você quer viver? – Quero equilíbrio. Trabalhar é importante porque preciso me sustentar, mas os amigos, a saúde, o descanso também são. Tempo para fazer as coisas que eu curto, e às vezes não fazer nada.

No seu olhar é muito bem escrito, abrindo várias pontas no começo da história, fechando conforme a história se encaminha para o fim. Um ponto que me surpreendeu foi o toque policial nesta obra. Nas páginas finais do livro, dizer que ficar sem fôlego é eufemismo. O desfecho da história prende o leitor de uma forma incrível que é impossível fazer qualquer pausa na leitura.

Bill Gates, Steve Jobs e Mark Zuckerberg haviam abandonado a faculdade e se saíram bem, não? Entenderam intuitivamente que o mundo não se importava com notas nem com formatura, pelo menos não a longo prazo e quando isso é comparado com características como criatividade e persistência.

Este livro conta a história de Maria, uma latina residente nos Estados Unidos. Ela é advogada e trabalha em um escritório de advocacia bem conceituado. Ela não é nada parecida com a sua irmã, Serena. Serena é ativa, vive saindo nas baladas, conhecendo gente nova, e publica tudo nas redes sociais. Maria é mais retraída, não curte muito as redes sociais, gosta de sua privacidade, leva uma vidinha bem pacata.

– Acho que você se preocupa demais com o modo como é vista pelas outras pessoas, mas para mim isso é um erro. No fim das contas, a única pessoa a quem você pode agradar de verdade é você mesma. O que as outras pessoas sentem é coisa delas.

Colin é um cara forte, malha excessivamente, tem um passado negro, mas deseja escrever sua história de vida, algo bem distante do que passou anos antes. Hoje está na faculdade, quer ser professor, ajudar outras pessoas por meio da licenciatura. Mas para que o seu sonho de uma vida nova possa se realizar, existem certas condições. E é contra essas condições que ele terá que lutar.

– Não sei o que significa normal, realmente. Acho que cada um tem sua definição, e ela é moldada pela cultura, pela família e pelos amigos, pelo caráter e pela experiência, por acontecimentos e por mil outras coisas. O que é normal para uma pessoa não é normal para outra.

Os protagonistas desse livro se conhecem quando Maria, em uma rodovia deserta e sob uma chuva torrencial, se vê vencida por não conseguir realizar a troca do pneu, uma vez que esqueceu seu celular e está impossibilitada de pedir ajuda. É neste momento que um carro para no acostamento e o motorista (Colin) caminha em sua direção. Maria se apavora ao ver o cidadão e assim inicia a história.

Apesar da confiança que apresentava, Maria percebeu que Colin simplesmente queria ser aceito; a seu modo, ele era tão solitário quanto ela. Essa percepção doeu, e subitamente parecia que os dois eram as únicas pessoas em todo mundo.

Como eu já disse, este é livro que me trouxe reflexão, e acho isso muito bom; além de entretenimento há aprendizado. Foi abordado o preconceito, os comportamentos ilegais, a preservação da identidade etc. É uma leitura leve, fluida, interessante e que prende o leitor.  A edição também é bem elaborada (capa, papel, simetria dos capítulos), enfim... a minha nota é 9,5.

No fim do jantar, depois de todos os pratos terem sido retirados, as taças de vinho esvaziadas e as velas estarem se apagando, percebeu que havia passado a vida inteira procurando por aquela mulher.

 

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

RESENHA: Pedro carteiro

 
Título: Pedro Carteiro
Autor:  Beatrix Potter
Editora Companhia das Letrinhas
Páginas: 32

Ano: 2014


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Olá pessoas!  No último dia 11 comemoramos o dia do estudante, então resolvi presentear as crianças com a resenha de um livro que sou apaixonada. Assim como nós, adultos, gostamos de livros com surpresinhas e mistérios para descobrir, as crianças também adoram esse tipo de literatura. Além disso, acredito que é impossível formar um país de leitores se as crianças desde pequenas não forem instigadas a ler e conheçam livros, autores, editoras e comecem a ampliar o repertório literário. Conheci esse livro no final do ano passado durante uma feira de livros em uma das escolas em que trabalho.

Quando terminei de ler o livro, além de apaixonada pelos detalhes, estava curiosa em conhecer mais sobre a autora, visto que a capa guia o leitor, que é uma história baseada em histórias originais de Beatrix Potter. Dessa forma, resolvi investigar e convido vocês para embarcarem nessas descobertas comigo. Vamos lá?
Beatrix Potter (28 de julho de 1866 – 22 de dezembro de 1943) é uma célebre escritora e ilustradora inglesa. A sua obra mais famosa é a história do Pedro Coelho. Um dos maiores sonhos da autora era poder publicar as suas obras literárias. No decorrer das pesquisas que fiz, Beatrix tentou em setenta editoras publicar o seu livro, e pasmem que 69 se recusaram a publicar a sua obra.


Com base nessa obra literária inglesa, a Companhia das Letrinhas, com o auxílio do tradutor Eduardo Brandão, presenteou-nos com a leitura deleite de Pedro Carteiro. Pedro é um coelho que mora em Mato Fino, e sua mãe pediu para ele levar uma correspondência ao centro da cidade. A partir desse momento, o nosso personagem principal embarca em uma aventura de ser carteiro por um dia.


No decorrer do livro, os envelopes e os conteúdos são muito criativos e engraçados (propagandas, dinheiro e notas fiscais, receitas, mapas etc.), mas Pedro descobre que estão tentando fazer uma emboscada para a Pati Pataxoca. Então, nosso pequeno coelho tenta auxiliar Pati, mesmo sabendo que não deveria ter aberto a carta.


Apesar de conhecer outros livros infantis nesse estilo, a obra (O carteiro chegou ou o Natal do Carteiro) é de uma beleza indiscutível, as ilustrações são belíssimas e cheias de detalhes. É um bom conto, indico para as crianças se encantarem com o universo das letras, os adultos voltarem a serem crianças.


Finalizo essa resenha com as palavras de José Saramago (2001): “E se as histórias para crianças passassem a ser leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”. Boas leituras.  

FONTE: SARAMAGO, José. A maior flor do mundo. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2001.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

RESENHA: O amor nos tempos de #likes


 Título: O amor nos tempos de #likes
Autores: Pam Gonçalves; Bel Rodrigues; Hugo Francioni; Pedro Pereira
Editora Galera
Ano: 2016
Páginas: 272

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Olá, pessoas. Este livro que vou falar hoje tem uma história curiosa. Primeiramente, eu já o tinha visto por aí nas redes sociais, lojas virtuais, mas não tinha me interessado muito. A capa não me atraiu e o título não foi tão forte assim para me cativar. No entanto, visitando alguns blogs parceiros, eu vi muitas qualificações positivas. Para ter ideia de quão bem avaliado este livro foi, eu o comprei na mesma semana.

A proposta desse livro é trazer, digamos, uma releitura de três grandes obras adaptadas aos dias atuais. Então, como a contracapa ilustra, espera-se encontrar orgulho e preconceito, de Austen, Dom Casmurro, de Machado de Assis, e por fim Romeu e Julieta, de Shakespeare. As três histórias desse livro são muito divertidas, atuais e proporcionam bons momentos de lazer.

Eu contei essa história louca por um motivo: não desmereçam o que as outras pessoas sentem. Deixem que sejam felizes e se permitam isso também! Vocês muitas vezes não sabem a história de alguém e já se armam, no desespero de ser atacados. De sofrer. Ou de se decepcionar. Deixem de lado o orgulho e afastem o preconceito. O candidato a amor da sua vida pode ser quem você menos espera, até aquela pessoa desconhecida ao seu lado no avião.

A primeira história inicia em um aeroporto de São Paulo. O destino da viagem de Liz e William coincidentemente é Florianópolis. Ela é uma youtuber famosa, e ele um trabalhador que tem muitas responsabilidades, visto que tem uma irmã hospitalizada e já perdeu os pais. A irmã de William segue Liz na rede social e pede ao irmão que encontre essa garota no aeroporto, mas William não faz ideia de quem ela seja. Já dá para imaginar a confusão, não é?


Acho revigorante ser direta, objetiva e prática; dizer para as pessoas de que gosto que preciso delas, que são importantes para mim. Usar e abusar de frases como “me beije agora”, “eu te amo”, “você é especial”. Algum dia posso me envolver em um acidente, levar um tiro, ou qualquer coisa do tipo. E o mesmo pode acontecer com a pessoa que amo. Seria terrível ter que conviver com palavras que não foram ditas e com beijos que não foram dados, não é?

A segunda história gira em torno de Madu, uma menina que está no último ano do Ensino Médio. Como de costume, os pais a presenteiam com uma viagem a qualquer lugar do país, caso as notas da escola forem boas conforme acordado. Neste ano, no lugar que ela escolheu, ela conhece um rapaz de uma forma bem incomum. Você nem imagina que é esse cara!

Ele sempre teve tudo do bom e do melhor; no entanto, a falta de amor e de carinho o incomodava. Seus pais eram ocupados e viajavam muito a trabalho, e Júlio acabou sendo criado pelo pessoal que trabalhava no hotel – pessoas humildes e de bom coração.

A última e terceira história aborda um affair a distância. Os protagonistas se conhecem pelas redes sociais devido a um tópico bem especial em comum. Um personagem mora em um hotel, pois os pais são donos do negócio. O outro trabalha em uma livraria. Os dois se comunicam pelo celular, e é muito divertido ver o desespero quando a internet falha!

Enfim, é um livro de leitura bem rápida, agradável de ler, leve. Excelente para uma tarde dedicada à leitura. O ponto negativo, para mim, foi que a proposta era uma intertextualidade entre os clássicos (talvez o problema tenha sido que eu criei expectativas demais). Essa conversa entre as obras eu percebi nitidamente apenas na primeira história, e nem foi apenas pelos nomes. Muitos fatos contribuíram. Já nas duas histórias seguintes, como já disse, que foram da mesma forma muito boas, não reconheci o intertexto. Minha nota é 7,7, mas mesmo assim recomendo!


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

RESENHA: A casa da praia


 Título: A casa da praia
Autor: Nora Roberts
Editora Bertrand Brasil
Páginas: 475
Ano: 2016

Confira a sinopse do livro no site do Skoob

Olá pessoas! Hoje terminei de ler esse livro escrito pela maravilhosa Nora Roberts. Vocês, com certeza, verão mais resenhas dessa autora, pois AMO os livros que ela escreve. Descobri a autora quando estava na faculdade de Letras (e isso faz um bom tempinho rsrsrs). Desde aquela época até agora não me canso de ler as suas obras. Chega de enrolação, né? Comprei esse livro na Feira de Livros que ocorreu no mês de junho na minha cidade, e devido a outras leituras e outros afazeres pedagógicos não havia sobrado tempo para me deleitar com essa maravilha, então resolvi lê-lo no último final de semana das minhas férias.

Eli perambulou pela casa, esperando que isto o ajudasse a se orientar. Detestava a sensação de estar caminhando sobre nuvens, vagueando de um lado para outro, de pensamento em pensamento, sem nenhuma âncora ou raiz. Antes ele tinha a vida estruturada, tinha propósitos.

A história inicia um ano após a morte da esposa de Eli, um grande advogado criminalista que acaba de descobrir que sua mulher estava tendo um envolvimento com outro homem e resolve se separar. No entanto, Eli não conta com uma ironia do destino que ao chegar em casa para buscar alguns objetos de herança familiar encontra sua esposa morta na biblioteca. A polícia, por sua vez, aponta-o como o principal suspeito pela morte da esposa.

Em meio a um mar de amargura, Eli perde seu prestígio como advogado, é demitido e tem sua vida pessoal, social e profissional arrastada ao túmulo com sua esposa. Então, como forma de se isolar do mundo e tentar recomeçar a sua vida como escritor, ele resolve mudar-se para Bluff House (casa do penhasco), uma residência milenar que está na sua família há muitas gerações.


Ao chegar à casa, ele descobre que a avó possui uma governanta, Abra,  que mantém a casa limpa, assim como a moça tem a missão de tirá-lo dessa tristeza e lama.

Ela é uma boa menina, uma ótima cozinheira também. Se tiver alguma dúvida ou problema, fale com ela. Se ela não tiver a resposta, vai encontrar. É uma menina esperta e também muito bonita, como espero que você tenha notado, a não ser que esteja tão cego quanto magricela.

Abra começa a conhecer melhor Eli e se envolver com o advogado de uma forma que ela mesma achava ser impossível de acontecer, devido ao seu passado. Contudo, descobrem que estão sendo observados e seguidos, e um novo assassinato ocorre, tentando incriminar Eli, fazendo Abra ser cúmplice do amante.

Nosso casamento pode ter sido um erro, mas estávamos juntos nele. Nenhum de nós obteve o que esperava. No final, não pude impedir o que aconteceu a ela. Ainda não sei se ela morreu por causa de alguma escolha que eu fiz ou de escolhas que fizemos juntos.


Nora Roberts, em algumas de suas obras, gosta de resgatar histórias de ancestrais, assim como inserir uma pitada mística na sua obra, e essa não poderia ser diferente, é recheada de tradições, superstições e de segredos que vão prendendo o leitor à medida que ele se envolve com a história. Gostei muito da história, apesar de criticar um pouco o final, que foi um pouco previsível e as coisas aconteceram de uma forma um tanto que rápidas. Como mencionei no início da resenha, eu admiro muito essa autora e gosto muito do que ela escreve, mas quando lida com assassinatos e envolve a polícia em seus romances, deixa um pouco a desejar no que se refere ao mistério, tornando assim o livro previsível.


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

RESENHA: A casa das marés


Título: Casa das marés
Autor: Jojo Moyes
Editora Bertrand do Brasil
Páginas: 476
Ano: 2015

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Olá, pessoas! Tudo certo? Hoje o livro da vez é da Jojo Moyes. Este exemplar eu me presenteie no último natal, mas somente agora consegui lê-lo (a fila de espera está a cada dia maior). Até então ele era o último título que me falta ler desta autora. Entretanto, depois disso foi lançado o livro Depois de você (que eu já li, sim, eu confesso que furei a fila). E agora foi lançado mais um: o navio das noivas (ainda não comprei). 
– Susan, ele é um bom rapaz. Não tem cacoetes, nenhuma deformidade aparente, o pai é extremamente rico e ele ainda quer se casar com a nossa filha problemática e tagarela.

No começo achei o livro um pouco fraco, nem parecia ser a caligrafia da Jojo. A história começa após a Segunda Guerra Mundial, em uma pequena cidade cheia de regras sociais. Celia e Lottie são as protagonistas adolescentes. Celia, filha legítima da família Holden, e Lottie, uma menina adotada. Enquanto esta era toda certinha, não gostava da vida agitada, um dos motivos de não gostar de Londres, aquela não via a hora de deixar Merham, sua cidade natal. 
Ela hesitou. Percebeu que a sua boca já estava aberta. A poupa era lisa e doce. Parecia perfumada. Deixou que derretesse aos poucos em sua língua, se deixando levar pela suculência, fechando os olhos para imaginar melhor países com clima tropical, lugares onde as pessoas usavam vermelho, amarelo e azul, lugares onde carregavam o sol nas costas.

Os dias vão passando e Celia finalmente consegue se mudar para Londres. Lá ela conhece Guy, um rapaz de bem, filho de um empresário importador de frutas (eis a razão para o título original ser foreign fruit – fruta estrangeira, em tradução literal). Os dois se apaixonam e, quando decidem se casar, Celia levar o noivo até Merhan para apresenta-lo à família. E esse é o início de algumas encrencas nessa fase. 
– Não queremos perturbar – disse Susan Holden. – Talvez eles estejam... cuidando do jardim. Longe de Lottie mencionar que a coisa mais próxima de verde no terraço de Adeline era um pão que mofara, esquecido atrás dos vasos de planta.


 Há uma lacuna no tempo e, já nos dias atuais, uma senhora resolve vender um casarão (a casa das marés) para que ele seja transformado em um hotel, que terá como atrativo bares. Essa obra (reforma do casarão) gera tumulto na pacata cidade, que com a inauguração desse novo hotel chamará turistas. Nesta fase, a história girará em torno de Daisy e Jones, os responsáveis técnicos da obra, digamos assim. 
No dia seguinte, já arrependida do chilique, recebeu uma carta. Nela, Adeline não fez qualquer menção ao ataque de Lottie, apenas comunicou o endereço do local onde podia ser encontrada na França. Pedira que Lottie mantivesse contato com ela e dissera que o único verdadeiro pecado era tentar ser alguém que não se é.

Até aqui eu não tinha entendido muita coisa, até porque tem uma grande quantidade de personagens novos. Lá pelas tantas, eis que viro a página e, rufem os tambores, uma grande revelação é feita, que une o presente ao passado e, nessa hora, a voz da Jojo emerge com força. A partir desse momento você consegue ligar os pontos, engatar a quinta marcha e deslanchar na leitura com muita sede. 
– Está bem. Já que isso te incomoda tanto assim – concluiu ela. – Eu vou contar como consegui essa casa, mas você precisa me prometer que não vai sair por aí espalhando. Mas, primeiro, preciso de uma bebida.

O final é um pouco previsível, na minha opinião, mas muito me agradou assim mesmo, visto que as pontas soltas, tanto do passado como do presente, foram bem amarradas. É uma leitura agradável e tem, sim, a caligrafia da autora. Recomendo. É uma obra que emociona, que faz torcer pelos personagens e que deixa saudades, portanto a minha nota é 8,6.